terça-feira, 24 de junho de 2014

GHOSTS

Ninth Chapter - Voices

Uma pessoa pode mudar muito em dois meses? Um curto espaço de tempo, pode fazer uma pessoa mudar tanto assim? 

Farta de viver debaixo das asas de Alan decidi mudar-me para a minha própria casa no centro de Londres, fiquei com o 10º andar que tem uma vista perfeita. 

Alan e Austin, odiaram a ideia de me ver sair de casa, mas acabaram por aceitar o facto de eu querer a minha independência. 

Nestes últimos dois meses afeiçoei-me bastante a Ben, James, Cam, Sam e principalmente a Danny. Temos todos passados bons momentos aqui em casa, pois eles agora passam quase todos os dias comigo. Sinto-me bem com eles, eles acalmam-me fazem-me sentir uma pessoa normal, como já não me sentia a alguns tempos. 

Agora encontrava-me a observar as ruas de Londres, pessoas iam e vinham nas suas felizes vidas, normais. As gotas de chuva que caiam pela minha janela faziam com que eu imagina-se uma corrida na minha mente. Torcia insanamente para uma delas ganhar a corrida. 

Afinal era isso que a vida era, uma mera corrida contra o tempo para ver quem chegava primeiro aos sítios. 

Os meus pensamentos foram interrompidos pelo irritante são da campainha, levantei-me e decidi ir abrir a porta, revelando Danny um pouco molhado devido a chuva de Londres. 

Danny - Estava a ver que ia ficar do lado de fora. - Falou sentando-se num dos sofás como se estivesse em sua casa. Mas não estava. - 

- Não estás em tua casa Daniel, tira esses sapatos do meu sofá. - Falei tentando soar chateada. - 

Danny - Eu vim em paz até aqui para te vir buscar e tu tratas-me dessa maneira? 

- Vamos idiota. - Falei agarrando na sua mão puxando-o. - 

A viagem foi demasiado lenta, o transito estava caótico parecia que metade de Londres decidiu vir passear. 
Ouvi Danny desligar o motor do carro, virei-me para ele olhando-o como quem se perguntava o que raio ele pensava que estava a fazer. 

Danny - Vamos jogar às vinte perguntas. - Sentou-se de lado, igual a mim. - 

- Não. 

Danny - Onde nasceste? 

- Não vou jogar Danny. - Olhei-o rindo. - 

Danny - Nasci aqui em Londres, e tu Amy. 

- Pensilvânia. 

Danny - Onde estão os teus pais Amy? - Perguntou, a rouquidão da sua voz vez com que a pergunta fosse muito mais sentida. - 

Engoli em seco, quebrando o contacto visual com Danny, a verdade é que me aproximei demasiado dele nestes últimos tempos, mas não deixei que ele soubesse a verdade sobre tudo. Não o deixei conhecer o meu verdadeiro "eu" porque gosto demasiado dele para o ver afastar-se de mim. 

- Morreram. - Voltei a olha-lo com algumas lágrimas nos olhos, mas não deixei que estas caíssem. - 

Danny - Desculpa Amy.. - A sua mão acariciou levemente a minha face, sorri-he colocando a minha pequena e gélida mão por cima da sua. - Eu não sabia. 

_____________

« Não adiantava correr, ele iria sempre apanhar-me. O nevoeiro incapacitava-me de ver o que estava além, mas ignorando esse facto continuem a correr. Correr para salvar a minha vida. 

Até que esta me foi tirada, era o meu fim. Senti o meu corpo livre, como se estivesse finalmente a voar. 

Com alguma dificuldade abri os meus olhos, vendo um corpo na minha frente, estava no seu colo como se fosse um ser frágil. Ele chorava, como se tivesse perdido o amor da vida dele, chorava e apertava-me nos seus braços.

Ele era igual ao Danny, era Danny que me abraçava e chorava pela minha morte. 

Danny - Porque Amy? Porque que te deixas-te apanhar meu anjo... Eu amava-te tanto Amy. Eu Amo-te Alexandria. » 

Senti o meu corpo levantar violentamente, mas algo me puxou para trás abraçando-me, pelo cheiro pode reconhecer que era Danny que me puxara para os seus braços. 

Danny - Amy pronto já acabou, era só um sonho. - Falou quando finalmente me acalmei. - Eu estou aqui pequena. - Depositou um pequeno e breve beijo sobre a minha testa. - 

- Danny, eu tenho medo.. 

« Salva-te Amy, salva o meu filho. Foge com ele, vai com eles. » 

Danny - Eu estou aqui Amy, não te vou deixar. Não tens de ter medo. 

« Ele não sabe o que diz, Amy foge. »

- Danny ajuda-me... - Falei colocando uma das minhas mãos no seu peito. - Eles não param de gritar. 

Danny - Quem é que não para de gritar Amy? - Olhou-me aflito. - 

- Eles, as vozes na minha cabeça. - Num ato desesperado abracei-o como se a minha vida depende-se de estar nos seus braços. - 



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