sábado, 24 de maio de 2014

GHOSTS

Fifth Chapter - Snow


Acordei por cima da minha cama, ainda estava vestida com a roupa de ontem. Cheirava a álcool e a tabaco mas principalmente ao seu perfume. Era um cheiro viciante e doce, perfeito para ele tenho de admitir. 

« Mas que raio estava eu a pensar.. » 

Levantei-me indo até a sala enquanto preparava o meu pequeno-almoço, senti um virar no meu bolso retirei de lá o telemóvel, onde no visor estava o nome do Danny, li a mensagem rapidamente. 

« Alex sou eu, depois da noite passada queria saber se ficas-te bem? Liga-me. 
                                                                                      - D-Snop. xx » 


Sorri enquanto li-a a mensagem, eu realmente não sabia o que se passava comigo, mas a sua preocupação agradava-me. Assim que ouvi vozes no corredor guardei o telemóvel começando a comer o meu pequeno-almoço encostada ao balcão da cozinha. 

Austin - Onde estiveste? 

Alan - Cheiras a tabaco, estiveste a fumar de novo Amy? 

E as perguntas estavam prestes a começar, que irritantes afinal eles podiam fazer tudo e eu não era uma escrava apenas por ser rapariga e mais nova. 

Alan - Amy responde-me onde andas-te, o perfume do gajo já me cheira aqui. - Falou irritado. - Afinal fodeste com quem?  - Perguntou irritado, gritando comigo. - 

- Eu não te admito isso Alan, eu apenas sai ontem a noite como já não fazia a meses por vossa causa. 

Austin - Só te queremos proteger Ams. É para teu bem pequena. - Falou docemente. - 

- Eu já não sou mais a "vossa pequena", e quer queiras quer não Alan eu vou crescer e mudar. - Falei rudemente sem o olhar. - 

Alan - Os pais devem estar desiludidos depois da merda que fizeste ontem. - Disse sem medo algum. - 

A minha mão voou, tecnicamente, na cara dele. Não tinha o direito de fazer isso de me magoar até aquele ponto afinal ele pensava que era quem? O rei do mundo? 

Depois dos pais morrerem eu aturei milhares de bebedeiras dele, ouvi coisas feias vindas dele mas nunca uma coisa destas. Afinal eu só cheirava um pouco a álcool, tabaco e perfume masculino mas isso não significa que tenha feito o que ele disse. Eu não era assim. 

- Não voltes a repetir isso, cabrão. - Disse-lhe sem receio algum, corri até ao meu quarto batendo com a porta. Algumas coisas caíram com o estrondo. - 

Despi-me rapidamente e deixei que a água gelada me acalma-se, sentia o meu corpo a deitar fumo de o quão furiosa estava. 

Os meus pais eram e sempre serão a minha fraqueza, iria sempre ficar sentida quando se fala deles.
Talvez fosse realmente uma pessoa fraca. 

 Depois de meia hora decidi sair da casa de banho, enquanto me vestia ouvia o Alan a gritar com o Austin e depois uma porta se fechou com muita mais força do que eu fechei a minha. 

[http://www.polyvore.com/cgi/set?id=122961511

Antes de abrir a porta e sair do quarto fechei o casaco e pôs um cascol de lã preto por causa do vento que fazia lá fora. 

Despedi-me do Austin com um beijinho na bochecha e ele desculpou-se pela atitude do meu irmão.
Neguei e sai de casa quando me encontrava um pouco longe decidi ligar ao Danny, como tinha pedido. 

Depois de alguns segundos ele atendeu, a sua voz rouca fez-me corar mesmo não estando a vê-lo, mesmo não o conhecendo direito. 

" Danny - Sempre ligas-te. - Riu. - 
- Fiquei curiosa com o que me querias. - Falava baixo enquanto andava. - 
Danny - Que tal ir ao parque de diversões? - Falou com tanto entusiasmo que parecia um menino de 5 anos. - 
- Eu não sou a melhor companhia hoje Danny. - Falei lembrando-me da discussão com o Alan. O que lhe tinha dito era verdade. - 
Danny - Pequena as sete estou em tua casa, leva algo quente e prático. - Disse despedindo-se de mim. - 
- Adeus Danny. " 

Caminhei até a casa da Anne, depois da noite passada não tinha falado com ela nem sabia se estava tudo bem com ela, por isso achei melhor ir vê-la. 

A porta fui-me aberta pelo seu irmão Dominik, estava vestido como o habitual de preto. 

- A Anne está? 

Dominik - Quarto dela. - Respondeu frio, dando-me espaço para entrar. - 

Caminhei até lá, bati antes de entrar a sua voz fraca respondeu-me assim que entrei vi-a a vestir o seu típico casaco branco. 

Anne - Fugis-te-me ontem, Ams. - Riu-se de mim. - 

- Não fugi simple- . - A minha palavra havia sido cortada pela dela. - 

Anne - Sim claro que sim, eu vi-te com um rapaz Amy. - Falou brincando com os seus dedos. - 

- Não comeces com esses filmes, só vim ver se estavas bem. 

Anne - Sim, ontem apanhei um taxi até aqui. - Respondeu sentando-se a meu lado. - 

- O Dominik está melhor? 

Anne - Achas? Continua igual. 

- Acho que ele precisava de alguém, sei lá de um amigo. 

Anne - Ele mal fala com os pais achas que faria um amigo? 

- Ele sempre teve um feitio complicado Anne, tens de lhe dar tempo. 

Anne - Tempo? - Riu. - Dou-lhe tempo a 17 anos Amy sou irmã dele mas tenho me preocupado demasiado com os problemas dele e não tenho vivido a minha vida.

Assenti vendo que ela não queria falar sobre isso. Fiquei literalmente o dia inteiro na sua casa, ao fim da tarde quando eram seis da tarde vim embora, despindo-me dela e da sua família. 

Pelo caminho senti-me vigiada, mas sempre que olhava para verificar não hvia ninguém. Uma sensação má preencheu o meu peito fazendo-me tremer como estava sozinha na rua corria até casa. 

Assim que cheguei ignorei as perguntas do Alan e do Austin e troquei de roupa rapidamente pois tinha pouco tempo para me arranjar. Fiz o que ele disse, algo prático e quente. 

[http://www.polyvore.com/cgi/set?id=122966891]

O frio da noite invadia os meus ossos, era uma sensação boa. O inverno era perfeito em Londres. 

Senti alguém atrás de mim, virei-me vendo o Danny que usava um casaco mais grosso e quente, o seu típico gorro hoje vermelho e o seu nariz acompanhado das bochechas um pouco rosadas devido ao frio que fazia esta noite. 

- Pontal, hmm. - Disse brincando com ele. - 

Danny - Duvidas das minhas qualidades é? - Disse desafiador enquanto andávamos. - 

- Curiosa apenas. - Sorri, mesmo que ele não visse. - 

Danny - Vai nevar este ano. 

- Já não faz neve a muito tempo aqui. 

Mas quem fala de neve ou do tempo? Pois eu.

______________

O Danny parou perto de uma banca onde se ganhava peluches. O objetivo era pegar na arma que estava pousada e atada ao balcão e acertar 4x no mesmo sítio ou muito pouco ao lado. Após ter perguntado como se ganhava o peluche, ele virou-se para mim e pediu que escolhesse um peluche.

Sorri e olhei para todos os peluches que lá estavam. 

Vi um pequeno mas super amável, era um Leão  o meu favorito. Adorava dormir abraçada a eles eram fofos.

- Quero aquele Leão. - Falei perto do seu ouvido por causa do barulho. -

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Danny - Pensava que ias escolher algum maior que tu. - Brincou e olhou para o senhor. - Cinco tiros no mesmo sítio, pelo leão. - Apontou e o senhor assentiu.

O Danny deu-lhe o dinheiro e pegou na arma. Destravou-a e agarrou-a como se fosse perito em armas, quando ele deu três tiros seguidos no mesmo sítio, os meus olhos brilharam. Ele tinha uma firmeza a agarrar na arma que me deixou surpreendida. Até o próprio dono da barraca olhou para ele surpreendido. Acabou por disparar mais duas vezes.

O senhor deu-lhe os parabéns e agarrou no peluche, entregando ao Danny. Apertaram as mãos e ele virou-se para mim, balançando o urso. Agarrei no urso e abracei-o.

Levei-o nos meus braços, enquanto fomos passear pela feira. Algumas pessoas olhavam para nós com ternura. Sentia-me desconfortável ás vezes, mas confesso que estava despreocupada.

Senti a mão do Danny no meu ombro, fazendo-me desviar os olhos e olhando para ele.

Danny - Apetece-me algodão doce, queres?

- Quero, mas pago eu!

Danny - Não vou morrer por pagar Alexandria. - Olhei-o nunca ninguém me havia chamado assim. - 

- Sem teimosias! - Ele sorriu e acabou por concordar.

Fomos pedir o algodão doce e a senhora fez questão de o fazer enorme, pois só tínhamos pedido um e éramos dois. Provavelmente, deduziu que fossemos comer do mesmo, então continuou a juntar. O preço foi o mesmo, quando paguei ela entregou o algodão doce com jeito ao Danny, que lhe agradeceu. 

Caminhei atrás dele até um banco virado para a roda gigante, ele sentou-e e eu sentei com o leãozinho ao lado dele. O lugar era totalmente lindo, estar ali era super relaxante. 

Era talvez, um dos meus lugares favoritos,as luzes da roda e da feira inteira iluminavam-nos.


Olhei para o Danny que comia grandes bocados de algodão. Tirei um pouco daquele algodão cor de rosa e coloquei-o na boca, sentindo-o a desfazer-se rapidamente. Voltei a tirar um pouco, mas desta vez um bocado maior. Senti novamente a desfazer-se na minha boca e lambi a ponta dos dedos.

Danny - Pronta para a roda gigante?

- Sim! - Falei dando pequenos pulos, sentia-me uma criança.-

Danny - Também quero ir à casa do medo.

- O quê? Queres entrar ali dentro? - Olhei para lá aterrorizada. 

Danny - Quero! Nunca entraste? - Neguei e ele sorriu. - És assim tão mariquinhas?

- Sou. - Bati no braço dele levemente e ele gargalhou. - Pára de ser idiota. - Brinquei.

Danny - Eu? Não sou mais idiota que tu, portanto.

- Danny! - Ri-me e tirei outro bocado de algodão doce.

Danny - Qual é a piada?

- Estás cheio de algodão na bochecha e no queixo.

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- Vou arranjar-te algo para limpares a boca. - Levantei-me.

Antes de sair de perto dele, tirei um grande bocado de algodão doce. Fui a comer pelo caminho e aproximei-me de uma banca, pedi guardanapos e o senhor deu-me uns 4 ou 5, agradeci e ele sorriu de uma forma simpática.

Voltei para junto do Danny e entreguei-lhe um guardanapo. Continuámos a comer o algodão doce, até que acabou. Aproximei-me de uma pequena fonte e lavei as mãos, assim como ele. Sequei as mãos com o guardanapo e ele fez o mesmo, olhando para o horizonte. 

Voltei a aproximar-me dos ferros e olhei para o horizonte também, sentindo a sua presença atrás de mim. Sorri ligeiramente e continuei com os olhos postos na vista da cidade de Londres. Era mesmo lindo.


Respirei fundo ao fim de uns minutos e o Danny afastou-se de mim, puxando-me até ao banco. Ele queria ir para a roda gigante tanto quanto eu. Peguei no urso e fomos comprar os bilhetes para andarmos. 

O senhor disse que tinha de deixar o urso com ele, pois não era permitido andar com objetos grandes na roda. 

Assenti e entreguei-lhe o urso, dando-lhe o meu primeiro nome. Ele cedeu-nos a entrada e nós fomos sentar-nos. Assim que puxei a proteção para baixo, trancando-a, um sorriso surgiu nos meu lábios e não pude evitar de olhar para o Danny, que olhava em redor. Os nossos olhares cruzaram-se entretanto. 

Senti-me a balançar naquele assento e quando dei por mim, estava a subir. Olhei para baixo e fui vendo a distância do chão a aumentar. Quando estávamos no topo, a roda parou, para que pudéssemos desfrutar da paisagem. Tal como acontecia imensas vezes, durante as voltas. Pousei a cabeça no ombro do Danny e olhei para a lua.

- Lobdres é perfeito, que cidade linda.

Danny - Não podia concordar mais. - Murmurou. 


Parecia que os meus demónios tinham dado uma folga hoje, sentia-me bem. Como alguém normal o que já não acontecia a algum tempo.

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