sábado, 24 de maio de 2014

GHOSTS

 Fourth Chapter -  " flowers in her hair, demons in her head " 

# Two Days Later # 

Eu, Amy, sempre fui a rapariga estranha e sempre serei, aquela que vê coisas que mais ninguém consegue ver. As vezes penso porque eu? Não acredito em Deus mas se ele realmente existe porque reservou este destino para mim? Afinal que mal eu fiz? 

Porque me tirou tudo tão repentinamente, sem um aviso porque afinal num piscar de olhos vi-me sozinha com o meu irmão.

A morte é a única coisa justa pois ela leva-nos no momento certo, quando acha que já vivemos o suficiente. Mas acima de tudo leva-nos e nada pode adiar isso, o dinheiro não a pode comprar não a pode seduzir com valores altos pois ela é justo e todos têm de partir, não a como escapar dela. 

Hoje senti a necessidade de desabafar, por isso levantei-me da cama e em passos pequenos e delicados abri o armário e tirei de lá o pequeno diário onde escrevia quando era mais pequena. 

Continha todos os meus segredos, até os mais profanos. Abri-o com a pequena e antiga chave, reli mais uma vez aqueles pequenos textos, vi mais uma vez aquelas fotos e instantaneamente lágrimas caíam pela minha face. 
Eu era feliz naquela época, naqueles anos eu via alegria no meu olhar mas agora não. 

Não me sinto viva, não tenho vontade de nada, não me importo com nada eu não sinto nada além da dor. 

" Querido Diário, 

           Hoje senti a necessidade de desabafar, e como não confio em muitas pessoas achei que a escrita seria a minha maior solução, pois ela 
e tão bela. 
           Os meus pesadelos voltaram e desta vez parecem mesmo reais, eu juro que os sinto parece que estou presa neles e mesmo quando acordam não acabam é uma sensação horrível como se não conseguisse respirar. 
           Sinto que algo vai acontecer mas não quero pensar nisso, porque fico pior. Agora as minhas visões não são tão abstractas como antes parecem mais reais e nítidas. Apesar de serem obscuras eu quero sempre saber mais sobre elas e o porque delas. 
           Sempre me disseram que só quem nunca viveu na escuridão não sabe o quão o obscuro é bonito, e bem até é verdade. Não só o obscuro das trevas mas sim o da noite, a magia da noite o brilho misterioso da lua são tudo coisas que eu amo. Acho que até somos parecidas sabes? A lua é misteriosa, há sempre um lado escondido e eu também escondo este grande segredo que é um lado de mim que nunca irá poder ver.  

                                                                          Amy Alexandria Lender " 

Parei de escrever assim que ouvi uma leve batida na porta do meu quarto, rapidamente arrumei aquele caderno e abri a porta vendo a Anne com uma roupa prática e larga parecia que não tinha dormido. 

Era ela e eu. 

Anne - Podemos falar? - Falou enquanto fechava a porta. - 

- Claro. - Sentei-me enquanto ela fez o mesmo na cadeira da minha secretária. - 

Anne - Amy a minha vida está de pernas para o ar, já não sei o que fazer mais. O meu pai bebeu ontem a noite e ainda não voltou.. 

- Sabes o que devemos fazer sinceramente? Sair as duas ir dar uma volta. 

Anne - Não sou a melhor companhia hoje pequena. - Falou carinhosamente. - 

- Nem eu, mas juntas podemos ajudar uma a outra. 

Anne - Não podia pedir uma melhor amiga melhor. 

Abracei-a e rapidamente me desloquei até a casa de banho, vesti um conjunto prático como o da Anne afinal não íamos fazer nada de mais apenas íamos tentar esquecer os nossos problemas, logo não era preciso vestida como se fosse para a passadeira vermelha. 

[http://www.polyvore.com/cgi/set?id=122904070]

Depois de várias voltas encontrava-me num bar com a Anne, não a nossa intenção não era beber. Apenas íamos ficar lá um pouco e relaxar como já não fazíamos a muito devido aos nossos imensos problemas. 


- Eu não sei quanto a ti mas vou buscar qualquer coisa para beber. 

Anne - Não quero nada, já lá vou ter. - Falou alto por causa da música. - 

Movi o meu pequeno corpo entre as pessoas, uma coisa que sempre me irritou bastante foi a minha altura, sempre fui a mais baixa.
A música estava tão alta que eu não conseguia pensar em nada, assim que consegui chegar ao balcão a ideia de não beber apagou-se completamente, eu precisava daquilo. Infelizmente. 

Pedi algo leve, não queria embebedar-me e acordar amanhã sem saber de nada, não gostava disso. Só queria libertar-me e relaxar um pouco, assim que me virei para ir ter com a Anne senti algo gelado escorrer por mim a baixo, era desconfortável. 

Olhei para cima, vendo um rapaz provavelmente só uns dois anos mais velho que eu. Os seus braços estavam repletos de tatuagens e estava a usar umas calças pretas justas, vesti também umas Converse pretas. A sua camisa tinha os primeiros botões desapertados e o cabelo que saia do seu gorro dava-lhe um ar bastante atraente. 

XXX - Desculpa. - Falou tentando não rir da situação. - 

- Não tem mal, isto já seca. - Falei olhando para a camisola que neste momento revelava a cor vermelha do meu sutiã. Acho que fiquei igual a ele. - 

XXX - Worsnop, Danny Worsnop. - Sorriu-me, como o seu sorriso era bonito. - 

- Amy, Amy Alexandria. 

Danny - Nome bonito Alex. 

- Alex? -Arqueei uma sobrancelha. - Nunca ninguém me o tenha chamado antes. 

Danny - A sempre uma primeira vez para tudo, pequena. Queres sair daqui? 

Encarei-o com uma expressão um tanto confusa, não tinha entendido o que ele queria dizer com aquilo, mas também não me importei muito, porque na verdade o que eu queria fazer era sair dali fumar um cigarro e esquecer que sou um monstro. 

Danny - Ir até lá fora, fumar, conversar. Eu não gosto destes ambientes. 

Assenti enquanto caminhávamos por entre as pessoas. 

Sentei-me numa espécie de banco que existia a porta do bar, Danny imitou o meu gesto. 

Danny retirou um maço de cigarros do seu bolso, perguntou se queria, logo aceitei. 
Depois de uma longa travada, olhei o céu as estrelas brilhavam na no alto. Assim fazendo-me lembrar das palavras do meu meu no que constava a esta vida de beber e fumar. 

Encostei a minha cabeça na parede suspirando, estava realmente farta de tudo, nunca me sentia completa com nada nem com ninguém. 

E neste momento sentia-me prestes a desabar ali, a frente de um mero estranho atraente chamado Danny. 

Danny - Passa-se algo Amy? 

- Nada de importante, acho. 

Danny - Os teus olhos dizem precisamente o contrário. 

- O que dizem os meus olhos Danny? - Perguntei olhando-o nos olhos, vendo o azul mais puro que alguma vez tinha visto. - 

Danny - Dizem que estás morta por dentro, eu sei o como é Alex. - Olhei-o virando o meu corpo para ele. - Como é acordar e sentires-te morta por dentro olhares o espelho e odiares aquilo que vês. 

Abracei-o, não sei se era do álcool ou do momento mas era aquilo que eu precisava de estar assim nos braços de alguém. E posso dizer que os dele eram bastante acolhedores, era como se o meu pequeno corpo fosse feito para encaixar no dele. 

O frio da noite fez-me tremer um pouco mesmo estando quente nos seus braços, deitei a minha cabeça no seu peito respirando lentamente. 

Danny - Diz-me onde moras, tenho de te levar a casa. 

Assenti, dizendo onde morava meio ensonada ainda. Durante o caminho senti-me um pouco mal-disposta mas nada que uma boa noite de sono não resolva. Antes de sair, trocamos os nossos números. 

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Podem dar-me uma opinião? Gostam? Não gostam? 
Vá meninas ação!! 

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