terça-feira, 9 de julho de 2013

depois da competição de east coast

Depois de desejar-lhes boa sorte pela milésima vez, chegou a vez do Brandon. 
Era agora que ele iria com certeza conseguir o contrato com a " Element " e a partir dai a sua vida iria mudar drasticamente, mas eu iria continuar a apoia-lo ao máximo. 

Ele subiu até ao half-pipe, as pessoas começaram a ficar bastante agitadas e um grande pânico se instalou naquela espécie de " skate park " um homem todo vestido de preto com a cara tapada estava no andar superior com uma arma, o silencio estava instalado também junto do pânico, ele tinha a arma apontada para o Bam supostamente o mesmo quando disparou fez com que ele se baixa-se e caísse a baixo do half-pipe e o mesmo tinha uma altura razoável. 

Depois de se ouvir um tiro falhado e um corpo a cair ouviu-se passos apressados de corrida. 
Rapidamente corri contra os obstáculos e consegui finalmente chegar ao corpo do Bam, ele estava deitado no chão, como se estivesse sem vida, cai sobre os meus joelhos e comecei a chorar sem me importar com o que as pessoas estivessem a comentar naquele momento. Ainda com alguma dificuldade ,por causa das lágrimas, vi o Ryan a vir na minha direção o mesmo também se sentou do meu lado e passou a sua mão pelas minhas costas. 

Ryan - Ele vai aguentar, a ambulância já está a chegar. 
- Ryan, eu tenho medo de o perder. - falei entre os soluços.- 

Depois de tal o Ryan levantou-se e começou a falar com os para-médicos dizendo o que se passou, resumindo, e disse para eu ir com ele porque era de mim que ele iria precisar. 
Enquanto eu ia com ele para o hospital mais próximo o Ryan iria ligar a avisar o que tinha acontecido para os seus pais, a minha mãe e alguns amigos virem.

Puseram-no numa maca e de seguida começaram a fazer algumas perguntas mas como o seu corpo estava inanimado quem respondia a essas era eu. Perguntas do género se era alérgico a algum medicamento ou se tinha alguma doença. 
Porque além de meu namorado ele era meu melhor amigo e eu sabia quase todo sobre ele. 
A porta do hospital já se encontravam bastantes carrinhas e jornalistas para saberem algo do que se passou penso eu, ignorei esse facto.

Depois de entrarmos no hospital na parte das urgências vários médicos vieram ter com ele, dizendo que agora eu não podia avançar junto dele mais, mandaram-me sentar na sala de espera e quando soubessem algo que me vinham avisar. 

Assim o fiz sentei-me num dos bancos a beira da janela e deixei escapar algumas lágrimas as minhas mãos tremiam, reparei que do meu lado havia mais uma senhora mas nem isso me impediu de chorar desesperadamente. 

Já me tinha levantado para ir buscar água aquela maquina umas mil vezes e nada ele entrou eram umas onze da noite e agora devem ser duas da manhã o hospital esta quase vazio, apenas estavam cinco pessoas na mesma sala que eu e não aparece ninguém com noticias dele. Neste momento só o queria ver bem. Várias memorias surgiram na minha mente o que me fez morder o lábio e apertar mais o copo para não chorar, sentei-me novamente naquele banco quando estava quase a fechar os olhos um senhor apareceu, provavelmente com noticias dele.

Médico - Parentes do Brandon Margera ? 
- Aqui ! - levantei-me indo na direção do médico.- 
Médico - A menina é o que ao Brandon ? 
- Namorada, sou a única pessoa que esta com ele cá. - forcei um sorriso.- 
Médico - Muito bem - olhou para os papeis. - Pode me acompanhar ? 
- Sim claro. 

Começamos a andar por um corredor onde apenas tinha quartos, o mesmo parou na porta do número " 344 " e começou a falar. 

Médico - Bem o Brandon não tem nenhuma fractura grave, mas ele está em coma. 

" Ele está em coma " essa frase reinou a minha mente e ecoou sobre a mesma milhares de vezes o que me fez fechar os olhos e abri-los novamente mas desta vez cheios de lágrimas 

- Ele vai ficar assim durante quanto tempo ? - perguntei lutando contra o choro.- 
Médico - Pode ficar dias, semanas, meses é uma coisa muito incerta menina.... 
- Melissa. 
Médico - Menina Melissa então, é uma coisa muito incerta ele tanto pode acordar daqui a horas, como daqui a meses. 
- Posso vê-lo ? - perguntei enquanto as lágrimas caiam sobre a minha cara.- 
Médico - Sim pode. 

O médico saiu, disse que ia tratar de outros assuntos e que se fosse preciso algo ou se ele acorda-se para chamar, já que ele iria estar no quarto ao lado, e a " enfermaria " era a frente do quarto. 

http://www.youtube.com/watch?v=_Gcrx2Ab0FM para quem quiser. ] 

Abri a porta revelando um quarto normal de hospital naquele momento eu estava a ver tudo o que nunca imaginei ou quis ver. 
O Bam estava deitado numa cama de hospital com imensas maquinas a seu redor, as mesmas faziam o típico barulho de maquinas de hospital, também tinha alguns arranhões na cara e um curte em cima da sobrancelha. 

Sentei-me na cadeira que estava do seu lado e deitei a minha cabeça sobre o pouco espaço que restava na cama e entrelacei os nossos dedos. 
As suas mãos estavam mais frias que o costume e parecia que estavam sem vida. 

Como é que isto pode acontecer, e porque ? Era a única questão que eu tinha naquele momento, a pessoa que eu mais amo neste planeta esta deitada numa cama de hospital cheia de fios e maquinas a sua volta e não se sabe quando pode acordar. 
Eu não sei se estou desesperada, se estou em pânico ou sem choque sinceramente acho que não estou a sentir nada é como se me tivessem retirado a minha vida. A angustia que sinto neste momento é enorme porque afinal é uma questão de tempo apenas, eu não sei quando é que ele pode acordar nem eu nem ninguém.

Olhar para o seu rosto e vê-lo sem nenhuma emoção, tocar-lhe e não sentir o seu calor, dar-lhe a mão e ele não a apertar... Essas coisas estavam a partir o meu coração e a partir daqui é só ter esperança que ele acorde em breve. Mas como o médico disse a pancada foi muito forte.

--- 

Acordei com o sol vindo das persianas, larguei a mão dele e levantei-me sentindo uma dor enorme nas costas, e também alguma fome. 
Antes de sair do quarto despedi-me dele, não sei o porque de o fazer porque não iria receber o seu beijo de volta nem o seu amo-te mas sentia-me melhor ao ser assim. 

Sai do quarto fechei a porta, e fui em busca do bar que ficava no primeiro andar, e segundo as minhas contas estamos no rés-de-chão. 
Perguntei a senhora onde era o elevador e de dirigi-me por fim ao bar. 

Quando entrei apenas havia uma senhora sentada numa mesa a falar com um médico, ainda devia ser muito cedo. 

Xxx - A menina vai desejar algo ? 
- Sim, pode ser um copo de leito por favor. 
Xxx - Já lhe levo a mesa. 

Dito isso sentei-me numa mesa qualquer e esperei pelo copo de leite quando acabei o mesmo paguei-o. 
Fui até lá fora sentei-me num dos bancos e liguei o telemóvel assim que o fiz imensas chamadas não atendidas recebi, duas eram do Ryan e as outras ou eram dos seus pais ou da minha mãe e também uma da Element. 

Decidi ligar primeiro para a April. 

# Chamada # 

- April... - fiz uma pausa afinal não sabia o que dizer.- 
April - Tem calma querida, o Ryan já falou comigo e eu e o Phil mais a tua mãe o Chris e o Raab vamos apanhar o voo mais próximo para irmos aí. 
- Que bom. 
April - Vai lá, toma quanto o meu menino por favor. - falou entre o choro.- 
- Sim eu tomo. - tentei não chorar.- 

# Chamada # 

Agora era nas minhas mãos que estava o seu futuro, afinal ele esta em coma e não sabe que realizou o seu maior sonho, ele ganhou ele assinou o contrato com a Element por isso agora já é um skater profissional, o sonho que sempre teve a durante a sua vida toda está concretizado e ele não sabe. 
As minhas mãos tremeram novamente quando alguém atendeu. 
Eles disseram que lhe davam pelo menos um mês para acordar, se não acorda-se dentro de um mês eles cancelavam o contrato. Um mês.

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